Em sânscrito, a definição da palavra māyā é yā mā sā māyā; ou seja, aquilo que não é (não existe), é māyā. Isso significa que māyā não possui uma realidade independente.
Māyā não é um elemento independente. Se fosse, estaríamos admitindo a dualidade. Māyā é mithyā. Mithyā é aquilo que não tem uma existência independente; ou seja, todos os nomes e formas que se manifestam. A essência de mithyā é brahman.
Portanto, māyā não é independente de brahman; e, tampouco uma qualidade de brahman. Assim como a capacidade de queimar, não é uma qualidade do fogo. Aonde houver mithyā, haverá satyam; que é a essência de toda a existência.
Māyā é, essencialmente, brahman. Assim como a onda é, essencialmente, água. A onda é nome forma; mas, não existe sem a água. Porém, a água existe sem a onda.
Podemos dizer que māyā permeia tudo, pois são todos os nomes e formas que existem. Assim como o espaço é presente em tudo o que existe. Mas, para que māyā exista; brahman existe. Todos os diferentes nomes e formas são māyā. Mas, tirando as diferenças desses nomes e formas, o que é comum a todos eles? Eles existem. Essa existência é brahman.
Por exemplo, pegue uma criança que tenha, apenas, um ano de idade. Essa criança está dançando diante de um espelho, quando repara o seu reflexo. Na realidade daquela criança, reflexo ainda é um conceito inexistente. Portanto, para ela, existe uma outra criança dançando junto. Isso não é uma ilusão para ela. Para ela, isso é realidade. Um adulto, que está por perto e, assiste à cena, compreende que aquilo é falso; que aquilo é uma reflexo. Para uma pessoa madura, 1+1 não é igual a dois, aqui. Isso é māyā.