Então, novamente volto às raízes do yoga, aqui na Índia. Pego de uma vez, três linhas: Karma, Bhakti e Jñāna. O primeiro pensamento que nos vem é o de identificar o que cada uma destas palavras significa. Karma, que significa ação, o yoga da ação. Bhakti, que significa devoção. O yoga devocional. Jñāna, que significa conhecimento. O yoga da disciplina do estudo dos textos sagrados, antigos, os Śāstras. Em um instante já separamos aquilo que deveria ser inseparável. O yoga, a união, a junção.
Seria, então, possível praticar ásanas (ação) sem conhecimento? Sem devoção? Seria possível ser um devoto sem ação, ou sem conhecimento sobre aquilo que ele se dedica? Poderia haver conhecimento sem ação? É claro que a resposta é negativa. Não podemos separar os diferentes aspectos de uma prática de yoga.
Quando o objetivo, no final, é o mesmo: autoconhecimento.
Mesmo que aceitássemos que houvesse diferentes caminhos, digamos que agora, estivéssemos todos à frente daquilo que buscávamos. Nem mesmo estando à frente de um objeto, significa que o estamos enxergando. É preciso de luz para enxergar um objeto. E esta luz chama-se conhecimento.
À medida que acumulamos mais conhecimento, reduzimos o espectro de ferramentas que usamos para o autoconhecimento.
É como fazer dieta. Quando não conhecemos se um alimento pode nos fazer mal, não o eliminamos de nosso cardápio. Mas na medida em que conhecemos aquilo que é melhor para nossa saúde, eliminamos algumas opções.
Assim é o amadurecimento em relação ao autoconhecimento. No início, existe um vasto cardápio a ser provado, mas na medida em que refinamos o nosso discernimento e capacidade de questionar, realizamos que é apenas a luz do conhecimento que pode iluminar a nossa natureza.
Artigo de Bruno Jones