Com os seus olhos fechados, faça algumas respirações mais profundas e livres de esforço. Enquanto você faz essas respirações mais profundas, ajuste o seu corpo nesse assento que você escolheu. Libere-o de qualquer tensão, dor ou desconforto.
Naturalmente, eu desvio a minha atenção para essas coisas, deixando, de certa forma, distante, tudo aquilo que está lá fora. Os sons, as preocupações, as coisas que eu tenho para fazer mais tarde. Eu posso deixar tudo isso em segundo plano e me concentrar, agora, no momento presente.
Eu posso ancorar a minha atenção, nessa respiração, um tanto diferente e, no corpo, como ele está agora.
Observando a natureza do corpo, nesse momento, eu estabeleço um compromisso em mantê-lo inteiro, saudável. Isso significa que estabelecerei um meio termo em relação ao esforço que empreenderei na minha prática, mas também, o valor da não violência. Eu posso chamar esse meio termo de bom-senso.
Eu usarei o meu bom-senso para fazer as minhas escolhas. Para tomar as minhas decisões em relação a tudo aquilo que será feito daqui para frente. Isso é extremamente importante, porque você tem toda a capacidade de escolher como agir. Você é quem decide o quanto de empenho colocará em suas ações. Você pode até mesmo abrir mão de agir. Essas são as suas opções.
Mas, existe algo sobre o qual você não tem a menor capacidade de escolha, que é o resultado da sua ação. Eu não tenho como prever o que vai acontecer. Realmente, eu não tenho como escolher o que vai acontecer. Eu só tenho a capacidade de escolher como fazer. Por isso, vamos fazer o que pudermos fazer de melhor, dentro das nossas possibilidades.
O melhor nem sempre é o máximo; como nem sempre é o mínimo. O melhor é aquilo que está de acordo com o que eu posso fazer. Aquilo que garante a minha integridade, e aquilo que pode fazer bem aos demais; uma contribuição. Eu posso chamar isso de atitude de yoga. Essa atitude, se estende a todos os tipos de ações que empreendemos na vida.
Observe o tipo de atitude que você cultiva, diante das ações que são realizadas ao longo do dia. É muito normal, para todos nós, sempre tentarmos fazer o máximo, pois assim somos ensinados a agir.
A gente sempre tenta alcançar o objetivo que é sugerido, pois quando o alcançamos, nos sentimos essa pessoa aceitável, capaz. Isso me traz uma satisfação; uma sensação de felicidade, que eu busco constantemente.
Observe o quanto esse padrão pode nos agredir, ferir e gerar muitas frustrações, quando os resultados não correspondem às nossas expectativas.
Às vezes o corpo não corresponde àquilo que eu espero. Às vezes a mente não corresponde como eu espero.
Se eu acredito que a minha felicidade está no resultado do que eu faço, me torno dependente de resultados para ser feliz. É um ciclo sem fim. A partir disso, eu posso desenvolver a capacidade de acomodar as coisas como são. Isso não significa resignação.
Acomodar é compreender a natureza limitada do corpo e da mente. Existem coisas que sou capaz de realizar e, outras, não. Compreender que existem muitos elementos, na vida, que não estão sob meu controle. Isso me traz um relaxamento; uma tranquilidade, que deixa a minha mente disponível para ver a pessoa satisfeita e feliz que eu sou. A idéia, aqui, é compreender que a felicidade não é fruto das milhares ações que eu faço, mas, aquilo que eu, naturalmente, sou.
Toda a ação realizada, tem o seu fruto. Ele pode ser o fruto esperado, desejado; como pode ser indesejável. Não há como escolher isso. Mas, uma coisa precisa ser feita, que é, lidar com os resultados das coisas que eu faço.
Não há como abraçar aquilo que gostamos e virar as costas para o que não gostamos. Maturidade é saber acomodar esses frutos, entendendo que eles não são responsáveis pela felicidade que buscamos todos os dias nas nossas vidas.
Portanto, faça o que tem que ser feito. Mas, não espere dessas ações, um resultado chamado felicidade definitiva.
Toda ação é limitada pelo tempo e espaço.
Olhe para você, nesse momento. Permita-se a liberdade de qualquer habilidade física, emocional ou intelectual. Por um momento, não seja a pessoa exigente que, normalmente, você é.
Nenhum papel precisa ser desempenhado agora. E veja como tudo está bem.
É essa oportunidade de fazer nada, que revela a pessoa tranquila, satisfeita e feliz. O relaxamento não é uma ação. Você é, naturalmente, uma pessoa relaxada e feliz.
Existe uma confusão entre aquilo que eu sou e aquilo que eu penso ser. O objetivo desta reflexão é desfazê-la.
Eu sou livre, pleno. Eu sou a felicidade, independente de qualquer resultado.
Portanto, lembre-se disso ao longo do seu dia. A confusão é efêmera; é relativa. O que Eu sou, é absoluto. Nunca muda.