Você deseja esquecer quem você é o tempo todo. Pois as identificações mais fortes estão estabelecidas com as experiências desagradáveis. No momento em que você lembra do indivíduo que você é, a tristeza vem.
Então, você ouve músicas, assiste a filmes, sai à noite, bebe, para esquecer a pessoa limitada que você acredita ser. Não há nada pior na vida do que a incapacidade de acomodar a si mesmo. Você não se aceita como é, pois, há sempre novas cobranças e exigências.
Quando a mente está alegre, você é feliz. E, mesmo quando a mente está triste, você continua sendo feliz. Você é a testemunha da mente. A mente é um objeto. A felicidade, não. A mente foi feita para pensar. Não para te fazer feliz.
Com o mundo é a mesma coisa: ele não é um problema, ou um obstáculo para a felicidade. Os seus sentidos estão em pleno funcionamento. Se relacionando o tempo todo, com todos os objetos, e isto não é um incômodo.
A mente está pensando como sempre, mas não te incomoda também. As memórias desagradáveis, e as limitações de conhecimento não incomodam.
Até mesmo o corpo, pode estar doente. Aquela dor nas costas insiste em continuar, e mesmo assim, você é capaz de dar uma boa gargalhada, e se dar conta de que a felicidade não é uma condição.
Você abre o jornal, lê a seção de quadrinhos, e começa a rir! Nenhum desejo precisou se realizar para ser feliz.
Aliás, uma boa e sincera gargalhada, denuncia a pessoa naturalmente feliz, livre de cobranças e exigências que você é.
Compreender a natureza do mundo e as leis que o regem, fazem com que você desenvolva a capacidade de acomodá-lo.
A experiência ajuda neste processo de autoconhecimento. Mas, a experiência é apenas experiência. É efêmera; ela vem e vai. Por isto, é importante compreender que o que buscamos aqui, não são experiências. O que buscamos é conhecimento. Pois, o conhecimento é liberdade. As experiências são parte da vida, você já as conhece. Você não precisa de novas experiências; precisa de conhecimento. Este conhecimento, também não é um objeto. É aquilo que é sempre existente. A ignorância é um objeto, que deixa de existir sob a luz deste conhecimento.
Por isto, na experiência da felicidade, veja a si mesmo não como alguém que é feliz apenas na experiência. Mas, como a pessoa naturalmente feliz, que testemunha uma experiência de felicidade. A experiência acaba, mas a felicidade não acaba junto das experiência.
A questão fundamental não é tornar-se feliz, pois isto você já é. A questão é deixar de sentir-se miserável. Existe esta confusão acerca da minha natureza.
Todos os seres vivos, invariavelmente, vivem buscando a felicidade. Todas as suas ações; todos os seus desejos, convergem para este objetivo comum.
Ninguém acorda pela manhã e diz: “Hoje eu mereço sofrer”. Todos desejamos uma experiência agradável ao longo do dia. Seja ela repetida ou seja ela uma novidade.
Esta é a natureza da mente. Ela deseja e se esforça para repetir experiências de prazer, e faz o mesmo esforço para se afastar de todas aquelas que não gosta.
Uma outra característica bastante interessante da mente é a capacidade que ela tem de tornar um objeto que antes a agradava, em algo desinteressante, obsoleto.
Por esta razão, a mente está, de forma incansável, correndo atrás de objetos que possam continuar a entretê-la, distraí-la.
Desta forma, parece que o mundo inteiro, à minha volta, parece ter que cumprir este papel. O mundo inteiro, parece ter a responsabilidade de preencher esta sensação de tédio e de vazio que parece existir em mim.
Portanto, seria justo perguntar: “Será que o mundo é um problema? Ou, o problema é como eu olho e me relaciono com o mundo?”
Este não é um problema moderno. Não é fruto deste mundo no qual a acumulação parece um remédio para este vazio. Esta questão de insatisfação ou de inadequação, já assombra a humanidade desde os seus primórdios.
Por isto, este é um assunto que já era abordado pelo Veda. Um corpo de conhecimento que existe há 5000 anos, ou mais.
Estas composições, já versavam sobre como o ser humano poderia, finalmente, alcançar este objetivo tão prezado.